Exemplo
Unidos pela solidariedade
Motoristas do transporte escolar arrecadaram alimentos e fizeram doações de sangue ao Hemopel nesta segunda-feira
Divulgação -
Em meio ao momento de reclusão, com tantas preocupações e incertezas, há sempre espaço para fazer o bem. Com o objetivo de ajudar o próximo, o movimento dos motoristas de transporte escolar organizou arrecadações de alimentos para crianças carentes e realizou doações de sangue para o Hemocentro de Pelotas (Hemopel) nesta segunda-feira (27).
Preocupados com a situação provocada pela Covid-19 e motivados pelas adversidades que a própria categoria tem enfrentado, os profissionais organizaram a ação com dois focos prioritários: abastecer o Hemopel, que também passa por dificuldades para encontrar doadores, e auxiliar as crianças carentes. Ao acompanhar ações semelhantes, concretizadas também por motoristas de outros municípios, foi decidido por um ato em Pelotas. "Essa ideia surgiu no nosso grupo. É uma forma de poder ajudar a cidade. Os municípios da região estão realizando ações parecidas e nos espelhamos neles para fazer as doações", destaca o motorista Luiz Fernando Marques.
Reunidos em cerca de 40 vans, os condutores iniciaram as ações por volta das 8h30min. Os motoristas concentraram-se em frente ao Colégio Pelotense e partiram em carreata pela cidade. Eles dirigiram até a praça Coronel Pedro Osório, passaram pela prefeitura, e foram até a Praça da Alfândega, onde gravaram um vídeo sobre as dificuldades que têm enfrentado durante a pandemia. Após o término da gravação, retornaram ao Centro, no mesmo trajeto em direção à prefeitura, finalizando no Hemopel.
Além de 20 doações de sangue, a mobilização resultou na arrecadação de caixas de leite, óleo, arroz, feijão e outros ítens alimentares. "Pela questão da limitação da quantidade de pessoas, nem todos conseguiram doar (sangue). Aqueles que não puderam, irão outro dia. Esta foi apenas a primeira ação solidária que realizamos, outras ainda virão", garantiu André Carrasco, também motorista. Todas as doações foram encaminhadas para o projeto Cartinha do Papai Noel.
Os profissionais ainda frisaram que não foi um movimento pedindo volta às aulas. "Muitas pessoas enxergam a gente nas ruas e pensam que estamos pedindo que as escolas voltem. Não é assim. Somos pais de família, temos crianças para criar e também não queremos que elas fiquem expostas a um vírus tão perigoso. Embora nos afete, não somos contra as medidas do governo. Nós fomos os primeiros a parar e, provavelmente, seremos os últimos a voltar. O ato que fizemos foi uma carreata solidária para fazer o bem, não para pedir o retorno das aulas", frisou Carrasco.
Um auxílio para os motoristas também
Parados desde o dia 15 de março, os motoristas têm enfrentado problemas durante a quarentena. O movimento também serviu para alertar o poder público sobre as necessidades da categoria. Segundo relatos, alguns profissionais têm registrado quadros de depressão, principalmente em função das sérias dificuldades financeiras. "Muitos não conseguiram receber o auxílio do governo federal. Sem trabalhar e sem nenhum tipo de ajuda, estamos desesperados. Há pais de família passando por dificuldades, colegas colocando as vans para vender", desabafa Luiz Fernando.
A categoria quer sensibilizar o poder público para flexibilizar algumas demandas do segmento, como a taxa de inspeção, esta realizada semestralmente. A primeira vistoria aconteceu antes da pandemia e até o fim do ano deve ocorrer uma nova - ambas pagas pelos profissionais. O pedido é para que a prefeitura revalide a análise que foi feita no começo do ano.
Os juros de financiamento dos bancos também são alvo de preocupação da classe. "Muitos de nós estão pagando elevadas taxas de juros no financiamento dos veículos. Os valores estão altíssimos. Gostaríamos que a prefeitura intermediasse junto ao governo do Estado para uma redução", avalia André.
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